sábado, 12 de novembro de 2011

Eu apenas continuei


A depressão de pés descalços se pôs a cama e acendeu um cigarro, a solidão me envolvia em seu ventre com tanta firmeza que me deixou sem ar. As sombras das cartas de amor voando brincavam como crianças no Natal. As palavras se misturavam com o som do vento e eu ia levando a monotonia do destino adiante. O silêncio interveio em boa hora, conteve minhas lágrimas de misericórdia. O silêncio foi embora cedo demais. Palavras roubadas, palavras gritadas, nada fazia sentido, nada soava feito música. Os sonhos foram se tornando pesadelos, realidade. A agonia de viver foi me abraçando, me sufocando. A felicidade já não habitava aquela parte do planeta. As flores de amor já murcharam. E aquele sorriso, aquele belo sorriso, o tempo transformou em cinzas. Ninguém disse que iria ser fácil enfrentar o mundo. Ninguém foi comigo até o inferno, voltei sozinha para o paraíso. As letras se embaralhavam, o ranger dos meus dentes faziam a casa tremer. O medo, apenas o medo conseguia me desafiar, me fazer seguir em frente. O medo me fez vencer. A depressão acordou de um sono profundo e correu. A solidão perdeu suas forças, e morreu. Eu apenas continuei...

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